
Gabriel Nascimento é o nome de um dos artistas da nova geração de Banco Central. Recebendo forte influência de escritores como Augusto dos Anjos, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana na poesia; Machado de Assis, Rubens Braga, Luís Fernando Veríssimo, Arthur Conan Doyle e Edgar Allan Poe na prosa; assim como a filosofia nietzschiana, a marxista e a psicologia freudiana, Gabriel escreve prosa e poesia desde os 13 anos.

Gabriel durante o I Encontro Latino-Americano de Estudantes de Letras, em Brasília.
A obra de Gabriel pode ser acessada na página dele
http://www.gabrielnascimento.com/
Os poemas dele são, em medida, Pós-modernos, mas neorealistas e, às vezes existencialista como o abaixo:
POEMINHA DA NEGAÇÃO
O abaixo é completamente diferente:SE...
Se é música ou poesia
Que se faça, que se ria
É sarcasmo, histeria
Quem não fez jamais faria.
Se é dança, se é vida
Que se dance, que se viva
Ninguém jamais viveu a valsa toda,
E se há vivo após morrer
Pra pregar o caminho pros convivas.
Se é sangue, se é luta
Que se sangre, que se lute
Que se morra, que se viva
Mas que se conjugue o ser feliz.
Se é amor, se é ódio
Que se ame, se odeie
Mas que sinta, mas que sinta
Pois sentir já é ser algo.
Se é pra morrer de amores
Que se morra pelas flores
Que são o símbolo da vida
Mas que se morra de amores.
VIVICIO BEBEDOR
Dedicado ao grande amigo Nadson Vinícius
Vivo bêbado,
Não das bebidas alcoólicas
Mas da vida
Mas da vida.
Vivo louco,
Não jogando pedra ou comendo cocô
Mas do tempo
Dos amores
Das leituras
E da genética de cabeceira.
Sou feliz,
E quem diria–
Não dos amores,
Mas dos amigos,
Por estar vivo
E plantar em algum lugar
A flor da paz
Que pensei não existir
E que só agora pude conhecer,
Mas que há,
Mas que há!
Os poemas dele são, em medida, Pós-modernos, mas neorealistas e, às vezes existencialista como o abaixo:
POEMINHA DA NEGAÇÃO
Por que dar um mundo tão grande
de presente pra alguém?
de presente pra alguém?
Ai, meu Deus!
Meu Deus?
Deus não existe,
o que existe é a metafísica das coisas.
O abaixo é completamente diferente:
Se é música ou poesia
Que se faça, que se ria
É sarcasmo, histeria
Quem não fez jamais faria.
Se é dança, se é vida
Que se dance, que se viva
Ninguém jamais viveu a valsa toda,
E se há vivo após morrer
Pra pregar o caminho pros convivas.
Se é sangue, se é luta
Que se sangre, que se lute
Que se morra, que se viva
Mas que se conjugue o ser feliz.
Se é amor, se é ódio
Que se ame, se odeie
Mas que sinta, mas que sinta
Pois sentir já é ser algo.
Se é pra morrer de amores
Que se morra pelas flores
Que são o símbolo da vida
Mas que se morra de amores.
VIVICIO BEBEDOR
Dedicado ao grande amigo Nadson Vinícius
Vivo bêbado,
Não das bebidas alcoólicas
Mas da vida
Mas da vida.
Vivo louco,
Não jogando pedra ou comendo cocô
Mas do tempo
Dos amores
Das leituras
E da genética de cabeceira.
Sou feliz,
E quem diria–
Não dos amores,
Mas dos amigos,
Por estar vivo
E plantar em algum lugar
A flor da paz
Que pensei não existir
E que só agora pude conhecer,
Mas que há,
Mas que há!
BIG BROTHER
Big Brother
Big regime
Big imprensa ou
Big defesa ao
Big plano ditatorial.
Big Mac
tomando um pouco do lugar de
Big europeus
que não perderam seus
Big espaços na
Big Orwell
reduzido a
Big laboratórios de quase
Não-Big “realities”
da distopia menos Big.
Big psicologia
Big bunda
Big breasts
Big bosta e
Big dollar na cueca.
Big tempo
da dialética menos
Big hegeliana.
Big indústria
Big Big.
PROCURA SEM FIM
Escrita durante e para o I Encontro Latino-Americano de Estudantes de Letras
Escrita durante e para o I Encontro Latino-Americano de Estudantes de Letras
Estou à procura de alguém
Que esteja ao nível da minha loucura
Do desvario da minha tontura
Da minha doença mais séria.
Estou à procura de alguém
Ao nível da minha cegueira
Condizente com a minha força mais irracional.
Estou à procura de alguém.
Estou à procura de alguém
Que esteja acima da razão mais pura
Na procura mais ébria e obscura
Na chegada mais bruta e obscena.
Estou à procura de alguém
Ao nível da minha ignorância
Da minha criança
Da minha leseira mais eira, mais tonta.
Alguém livre da escravidão mais pronta
Da liberdade mais profunda,
Que seja capaz de resolver seus problemas
Sem axiomas, torturas ou multimorfemas.
Estou à procura, estou à procura
Na minha sobriedade menos pura
Da minha incompreensão mais dura
Que tenho do sistema capitalista.
Estou à procura de mim
Sem medo, barreiras, esteiras, fronteiras
Procura sem fim.
ESTUDANTE BRIGA COM MENDIGA PRA TER SEU DINHEIRO DE VOLTA
Saiu no jornal e tudo: “ESTUDANTE BRIGA COM MENDIGA PRA TER SEU DINHEIRO DE VOLTA”. Aconteceu numa praça de uma cidade que prefiro não citar o nome. Prefiro também não citar o nome desse estudante, leitor curioso. Talvez porque seja mais um desses personagens que dá o que falar, é comentado em jornais e polemizado pela crítica. É necessário, porém, dizer que ele era estudante de psicologia.
Fato era que ele estava sentado na praça quando chegou a mendiga, em seu natural exercício de “trabalho”. Sim, trabalho. Todos ganham a vida como podem. Cada um tem o motivo para ter escolhido aquela posição, ainda que trabalhe de forma inconsciente nesse motivo. Nunca esqueço a história de um homem trabalhador, honesto e público que enlouqueceu de uma hora pra outra e foi internado às pressas no hospício porque mordia a mão das pessoas. Um ou outro amigo o visitava e dizia para si ou para algum raro acompanhante: “Ô, cara, que porra! O cara podia tá aqui trabalhando, em sua vida normal, e tá aí encarcerado, a vida acabou”. O “louco”, por sua vez, em sua cela solitária pensou consigo mesmo após o amigo se despedir: “Coitado! Poderia estar aqui, sustentado pela sociedade e pelos órgãos do governo e ONGs baseadas nas ideias iluministas, livre de pagar impostos, mas está aí, sustentando políticos e milionários achando que trabalha pra ganhar dinheiro, quando muito trabalha pra pagar os serviços que utiliza...” Utilizo das retiências pra não acabar todo o pensamento daquele “pobre louco” que dissertou desde a hipocrisia imposta na invenção da escrita até os pressupostos de Marx ou Fourrier”. São lados confusos de uma mesma história.
Sentado na praça o jovem foi abordado pela mulher que rastejava. Ao ver a situação frágil daquela criatura aviltada por essa sociedade injusta, essa terra de ninguém, essa selva de seres irracionais ele tirou “qualquer coisa” do bolso e deu a ela. Mas nesse momento falou o estudante de psicologia dentro dele. “Por que a senhora está nessa situação?”, perguntou ele. A mulher então fez uma figura rude, vítima da chuva de desigualdade, de um acidente de carro que lhe tirou os movimentos inferiores e “burra” de dar medo a qualquer fascista. Ele então percebeu a farsa. Nenhum ser humano (nenhum!) é burro, ou rude que esteja nessa situação porque ninguém vai olhar pra ele, e ele decidiu que a vida se resume apenas a rastejar e pedir dinheiro. Não consigo imaginar um ser humano tão menos inteligente do que o asno dessa forma para esquecer que ainda existe vida. Então ele nem se apresentou ou deu laudo. Não chamou a polícia, porque não era caso de polícia. Entrou na mão grande com a mulher, e ainda descobriu que além de andar ela ainda possuía movimentos nas pernas capazes de dar duas rasteiras nele e golpes de Karatê.
O rapaz se tornou manchete de quase todos os jornais depois do fato. Um estudante! E brigando por causa de 1 real? Um absurdo. Chamem todos os órgãos de defesa aos Direitos Humanos, façam reuniões extraordinárias, cumpram a santa constituição! A imprensa nunca vendeu tanto com mais este seu bode espiatório.
Me desculpe, Tico! Não citarei o nome aqui por ética à sociedade dos valores literários. Hoje o rapaz paga uma indenização altíssima à mulher, que ainda continua pedindo na mesma praça, rastejando da mesma forma. Ela inclusive é candidata à governadora do estado e as pesquisas apontam: ela é favorita. Viva os direitos humanos!
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Fato era que ele estava sentado na praça quando chegou a mendiga, em seu natural exercício de “trabalho”. Sim, trabalho. Todos ganham a vida como podem. Cada um tem o motivo para ter escolhido aquela posição, ainda que trabalhe de forma inconsciente nesse motivo. Nunca esqueço a história de um homem trabalhador, honesto e público que enlouqueceu de uma hora pra outra e foi internado às pressas no hospício porque mordia a mão das pessoas. Um ou outro amigo o visitava e dizia para si ou para algum raro acompanhante: “Ô, cara, que porra! O cara podia tá aqui trabalhando, em sua vida normal, e tá aí encarcerado, a vida acabou”. O “louco”, por sua vez, em sua cela solitária pensou consigo mesmo após o amigo se despedir: “Coitado! Poderia estar aqui, sustentado pela sociedade e pelos órgãos do governo e ONGs baseadas nas ideias iluministas, livre de pagar impostos, mas está aí, sustentando políticos e milionários achando que trabalha pra ganhar dinheiro, quando muito trabalha pra pagar os serviços que utiliza...” Utilizo das retiências pra não acabar todo o pensamento daquele “pobre louco” que dissertou desde a hipocrisia imposta na invenção da escrita até os pressupostos de Marx ou Fourrier”. São lados confusos de uma mesma história.
Sentado na praça o jovem foi abordado pela mulher que rastejava. Ao ver a situação frágil daquela criatura aviltada por essa sociedade injusta, essa terra de ninguém, essa selva de seres irracionais ele tirou “qualquer coisa” do bolso e deu a ela. Mas nesse momento falou o estudante de psicologia dentro dele. “Por que a senhora está nessa situação?”, perguntou ele. A mulher então fez uma figura rude, vítima da chuva de desigualdade, de um acidente de carro que lhe tirou os movimentos inferiores e “burra” de dar medo a qualquer fascista. Ele então percebeu a farsa. Nenhum ser humano (nenhum!) é burro, ou rude que esteja nessa situação porque ninguém vai olhar pra ele, e ele decidiu que a vida se resume apenas a rastejar e pedir dinheiro. Não consigo imaginar um ser humano tão menos inteligente do que o asno dessa forma para esquecer que ainda existe vida. Então ele nem se apresentou ou deu laudo. Não chamou a polícia, porque não era caso de polícia. Entrou na mão grande com a mulher, e ainda descobriu que além de andar ela ainda possuía movimentos nas pernas capazes de dar duas rasteiras nele e golpes de Karatê.
O rapaz se tornou manchete de quase todos os jornais depois do fato. Um estudante! E brigando por causa de 1 real? Um absurdo. Chamem todos os órgãos de defesa aos Direitos Humanos, façam reuniões extraordinárias, cumpram a santa constituição! A imprensa nunca vendeu tanto com mais este seu bode espiatório.
Me desculpe, Tico! Não citarei o nome aqui por ética à sociedade dos valores literários. Hoje o rapaz paga uma indenização altíssima à mulher, que ainda continua pedindo na mesma praça, rastejando da mesma forma. Ela inclusive é candidata à governadora do estado e as pesquisas apontam: ela é favorita. Viva os direitos humanos!
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